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Foto do escritorCarl.Aventura

Teatro Romano de Mérida

A morte dá lucro. E gosto. Dá quase tudo o que a vida dá. É a irmã mundialmente conhecida, sem sorrisos, menos agradável à primeira vista, antipática, soturna, reservada, mas que cheia do seu próprio charme quando nos convida para uma festa não lhe conseguimos dizer que não. Ninguém diz não à Morte, podemos adiar o encontro, mas recusar o convite, nunca! A Morte também nos faz viajar, quase tanto como aquelas viagens da Vida alegres de dias estendidos na areia a apanhar Sol e banhos de mar, ou a passear em trilhos rodeados de vida selvagem e simples. Dei por mim a pensar nisto enquanto descia as mesmas escadas por onde há séculos desciam os gladiadores no teatro Romano de Mérida. Eles sabiam ao que iam quando desciam as escadas, a audiência sabia o que ia ver e pagava para isso. A Morte dá lucro e conta histórias excitantes, diferentes das do final feliz que conta a sua irmã Vida.


O próprio contexto Romana e a sua chegada à nossa Península onde ficaram durante séculos está cheia de morte. Talvez os invasores que mais mataram, mas sem dúvida dos que mais nos deram. Roma dá com a mesma mão que tira.


O Teatro Romano de Mérida é na minha opinião a construção mais próxima daquilo que se pode ver em Roma. É grandioso, absolutamente! Digno de visita pela prova de vida que ainda é e pelo reflexo da morte que ali se praticava, de um lado gladiadores lutavam até morrer e logo do outro se cantava e fazia teatro. Não há registo dos horários em que estes espectáculos se davam, mas ocorreu-me se aconteceria como nas nossas salas de cinema em que ouvimos as bombas explodirem no filme do lado enquanto acompanhamos o pensamento do detective do nosso filme.


O teatro Romano de Mérida é o áureos que com os seus dois lados dá e tira. Com vida e com morte. Com invasores e invadidos, mas neste caso com todo o esplendor e Glória que acompanhavam Roma onde quer que estivesse. Palavra de invadida.




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