No passado 19 de Maio aproveitei o Dia Internacional dos Museus e a Noite Europeia dos Museus, para participar numa visita guiada nocturna (organizada pela Direção de História e Cultura Militar, a Associação Apojovi e o Núcleo de Coimbra da Liga dos Combatentes, com o apoio da Confraria da Rainha Santa Isabel, da Brigada de Intervenção) aos espaços do Convento de Santa Clara-a-Nova, que inclui a área à guarda do Exército, onde estiveram instalados os extintos Batalhão de Serviço de Saúde e Museu Militar de Coimbra.
A história deste convento começa com o restabelecimento da independência de Portugal, quando Dom João IV (em 12 de Dezembro de 1640) patrocinou a construção de um novo mosteiro para acolher as religiosas Clarissas, depositárias dos despojos sagrados da Rainha Santa Isabel.
Cinquenta e seis anos mais tarde, 1696 assinala duas importantes datas: a 26 de Junho, realizou-se a sagração da igreja, dedicada a Santa Isabel de Portugal, e, a 3 de Julho, procedeu-se à trasladação do cadáver, incorrupto, da Rainha Santa, para a tribuna do altar-mor. Contudo, as obras só seriam finalizadas nos finais do século XVIII, com a conclusão do claustro, da portaria e do aqueduto.
Em 1886, morrendo a última freira, o complexo monástico foi entregue à Confraria da Rainha Santa Isabel, responsável pela continuidade do culto da sua padroeira.
No ano em que a igreja, o claustro e o túmulo de prata da Rainha Santa eram classificados como Monumento Nacional, em 1910, foi proclamada a República, que instalaria nas restantes dependências alguns serviços afectos ao Ministério da Guerra, onde até aos dias de hoje estão ainda activos alguns serviços militares.
O que mais apreciei nesta visita nocturna (para além da excelente iniciativa das entidades envolvidas) foi o facto de que até esse dia não tinha conhecimento de nenhum lugar “estranho” em Coimbra, para além do cemitério da Conchada, onde ocasionalmente um ou outro jazigo abandonado deixa vislumbrar aquele tipo de coisas de jamais será “desvisto”, mas que a curiosidade misturada com incredulidade leva a voltar a olhar.
Quanto ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, o ambiente é sem dúvida um tanto “creepy”, para além de que o flash da minha Sony embirrou (por três vezes) com determinado sítio e não me deixou fotografar o topo dos sinos… De qualquer modo fica a dica, se para 2019 a iniciativa se repetir lá terei de ir ao mesmo sítio experimentar o flash novamente. Aproveitem também!
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