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  • Foto do escritorCarl.Aventura

Dornes, uma das pontas da Linha de Defesa do Tejo

Atualizado: 25 de jun. de 2018

Foi num Sábado recente meio cinzento que me decidi a ir ao encontro de Dornes. Esta descoberta já estava a ser adiada desde o inicio do ano, e nesse dia decidi-me ... com ou sem chuva "vamos" (eu e o Civic) a Dornes! "Nós" fazemos tanto quanto possível as “road trip” pelas nacionais, não há maneira melhor de apreciar Portugal que pelas estradas simples, ladeadas de povoações, outros viajantes, cafés-tascas de ambiente humilde e a ocasional ovelha tresmalhada a tentar atravessar a estrada. Dornes é uma das mais antigas vilas Templárias de Portugal, tendo sido parte integrante do sistema defensivo da Linha do Tejo contra os mouros que incluía Tomar (onde estava a sede da Ordem), Almourol, Castelo Branco, Monsanto, Pombal, Abrantes, Torres Novas e Zêzere. Cada esquina desta vila está repleta de história, sendo mesmo anterior à fundação da nacionalidade, Dornes não sendo o berço da Nação, foi onde pela primeira vez, Alfredo Keil ensaiou (com a Sociedade Filarmónica Carrilense) a primeira orquestração da marcha "A Portuguesa", o que faz desta vila Templária um dos berços do hino da Nação Portuguesa. Embora não hajam grandes vestígios, diz-se que Dornes terá sido construída por cima das ruínas de uma povoação Lusitana, e que a sua original e única torre pentagonal (mandada erigir por Gualdim Pais), terá por sua vez sido construída sobre uma antiga torre romana atribuída a Sertório, general romano de c. 72 A.C. A importância desta torre por si só é tal que está classificada pelo IPPAR como Imóvel de Interesse Público desde 1943. É uma construção de origem militar, cuja arquitectura é um dos mais raros exemplos da arquitectura defensiva no período da Reconquista. Tendo sido propriedade das terras pertencentes à Rainha Santa Isabel (mulher de el-rei D. Dinis) esta pequena península contornada pelo rio já na parte formada pela albufeira do Castelo do Bode é hoje em dia parte do concelho de Ferreira do Zêzere. Enquanto passeava no sossego de Dornes, cai do nada uma enorme chuvada e claro está como boa humana que sou corri para a Igreja… Bem-dita a hora! Devo agradecer ao São Pedro a neurose momentânea que teve, porque apesar de não ser fã da música da Fé, fui presenteada com um ensaio do coro da Igreja e posso dizer que com o som da chuva lá fora, a luz dourada do ambiente e a vozes que apesar de estarem em ensaio, estavam já na minha opinião muito bem, tive aproximadamente cinco minutos de Céu. Há sem dúvida chuvadas abençoadas!


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