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  • Foto do escritorCarl.Aventura

É fogo que arde sem se ver...

D. Inês de Castro foi assassinada por ordem real.


D. Pedro perseguiu os seus assassinos e diz-se que os dois capturados terão sido executados, um com o coração arrancado pelo peito e o do outro pelas costas. Não haveria morte mais adequada para quem lhe havia arrancado o coração e traído a sua confiança pelas costas.


Vivi esta história numa peça de teatro que decorreu no interior do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e posso apenas sugerir a quem passe os olhos por estas linhas que não perca uma oportunidade de assistir.


É-me perfeitamente impossível descrever a sensação de assistir ao contar de uma das mais conhecidas histórias de amor de Portugal no local onde parte dela aconteceu, saber que aqueles actores á minha frente em 2019, representam a realidade que ali se viveu em 1355. São tão somente 664 anos.


Independente daquilo em que possamos ou não acreditar, esta história é uma tragédia de amor, em que uma mulher (não a legítima) é assassinada porque a sua união com o então príncipe D. Pedro era demasiado perigosa a nível político para um País com pouco mais de 200 anos na altura.


Independente do que queiramos aceitar ou não, há forças que não se vêm e que podem até não ser mais fortes que a política e os seus respectivos perigos, mas nunca abandonam o local são vividas.


Esta foi a única fotografia que tirei durante a peça “Inês de Portugal” do grupo Fatias de Cá, e retrata o momento que antecede a execução de Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves, dois dos assassinos capturados…


Vou deixar a cada um aquilo que nela possam ver.


Por mim, posso apenas ficar eternamente grata pelo momento em que D. Inês e D. Pedro resolveram mostrar que ainda por ali estão, vivos e juntos. Quando a chama não para de arder, pouco ou nada se pode fazer.




(p.s. – como estamos em 2019, data do Planeta Terra em que a espécie humana é mais inteligente que a própria inteligência, acrescento apenas que as chamas da foto não foram alteradas em Photoshop, nem são “fake”, lamento.)

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